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Psicanálise & Educação

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terça-feira, 4 de maio de 2010

UNIVERSO INFANTIL


Universo Infantil
(Cristina Bernardes)

Para tentarmos entender melhor o universo infantil muitas vezes tentamos interpretar os seus desenhos; devemos lembrar-nos que a interpretação de um desenho isolada do contexto em que foi elaborado não faz sentido.

Entre um e três anos

É a idade das famosas garatujas: simples riscos ainda desprovidos de controlo motor, a criança ignora os limites do papel e mexa todo o corpo para desenhar, avançando os traçados pelas paredes e chão. As primeiras garatujas são linhas longitudinais que, com o tempo, vão se tornando circulares e, por fim, se fecham em formas independentes, que ficam soltas na página.
Entre três e quatro anos

Entre quatro e cinco anos

É uma fase de temas clássicos do desenho infantil, como paisagens, casinhas, flores, super-heróis, veículos e animais, variando no uso das cores e buscando um certo realismo.

Entre cinco e seis anos
Quanto ao espaço, é o primeiro conceito definido de espaço: linha de base. Já tem um conceito definido quanto a figura humana, porém aparecem desvios do esquema como: exagero, negligência, omissão ou mudança de símbolo. Aqui existe a descoberta das relações quanto a cor; cor-objeto, podendo haver um desvio do esquema de cor expressa por experiência emocional.

Entre sete e oito anos

Existe uma consciência maior do sexo e autocrítica pronunciada. No espaço é descoberto o plano e a superposição. Abandona a linha de base. Na figura humana aparece o abandono das linhas. As formas geométricas aparecem. Maior rigidez e formalismo.

Os Sujeitos sao devedores da FALTA




Lacan foi o grande pensador da psicanálise francesa do século XX. A partir de alguns novos instrumentos dos pensares contemporâneos (Antropologia, Lingüística, Topologia e, indiscutivelmente, as filosofias de Hegel, Kojève e Heidegger), ele elaborou uma série de densas questões para a psicanálise, com o mote "retorno a Freud". Para Lacan, o psiquismo inconsciente se estrutura como linguagem. A Linguagem se estabelece à moda de Saussure, ou seja, como conjunto de significantes e significados, de modo uno e indivisível, pois determinados em união (reunião diria Heidegger, Versammlung). Os significantes são letras indivisíveis e suas diferenças se marcam por sua inscrição numa cadeia unitária (de significantes), único lugar no qual se distinguem. Assim sendo, é preciso que o significante (pois se trata de UM) se destitua de suas características sensíveis, pois ele só existe a partir do Outro da linguagem e só se relaciona com outros significantes.
O que organiza tal Outro é um centro, que contém ou deveria conter sua Verdade Única. Lacan postula que tal centro é A Falta e que os indivíduos só se constituem como sujeitos a partir de sua determinação. Ou seja, o sujeito está remetido ao centro mas ele não o tem; os sujeitos são devedores permanentes da Falta (a ela assujeitados) que os constitui.
Quanto às representações e idéias, as que não se reconhecem em tal centramento simbólico constituído pela Falta, são imaginárias. Ser simbolicamente é saber (e por aí temos grave questão: como seria tal saber inconsciente?) de sua constituição ec-cêntrica, pois a cadeia dos significantes insiste sobre sua própria organização. Ao mesmo tempo, sendo a Linguagem e sendo por ela pensado, o Simbólico reconhece a Falta que constitui as subjetividades, mas que lhes é exterior: tal seria a Lei de O Desejo.
Portanto, a letra só pode ter caráter unitário, e sua Lei ordenadora é o retorno à cadeia dos significantes, único lugar no qual ela faz sentido. O sujeito depende da letra, que é seu "elementar". Para Lacan, a letra sempre chega à sua destinação, porque os significantes têm uma Lei única (e, consequentemente, uma única memória, a posteriori, nachträglich) de sua constituição. Na obra lacaniana, a letra retorna sempre e tem um único destino, determinado pela cadeia significante.
É claro que um criador como Lacan não é dogmático. Ao longo de seu pensar vamos aprendendo acontecimentos desejantes que não se determinam unicamente pelo significante. Num exemplo importante, a noção de gozo, que diz respeito à Unheimlichkeit, ao não-familiar/familiar, doméstico/indomesticado, aí onde o sujeito não mais se remete ao Outro que o constitui desejantemente, mas imediatamente à coisa faltante (das Ding). Nesta extimidade (Lacan) se reúnem o mais estranho e ao mesmo tempo o mais íntimo; onde a cadeia significante não dá mais conta da subjetividade e vigora o mais elevado gozo. No gozo, há uma insistência de recusa do Nome do Pai, que é o que articula a cadeia significante e O Desejo.